Sabias que… A Black Friday influencia o consumo e a economia global?

Francisca Fernandes

Curiosidade do mês

Origem e expansão global da Black Friday

A cada fim de novembro, o fenómeno da Black Friday invade lojas físicas e e-commerce. Embora o conceito tenha começado nos Estados Unidos para descrever o início da época de compras natalícias, com lojas a sair do “vermelho” (prejuízo) e a entrar no “preto” (lucro), rapidamente se espalhou para o resto do mundo, incluindo Portugal, e transformou-se num impulsionador global do consumo.

Apesar de ser encarada, sobretudo, como uma oportunidade para aproveitar descontos, a Black Friday tem um peso que vai muito além das compras. O aumento repentino da procura, neste período, gera efeitos que se fazem sentir em vários níveis da economia. Desde o volume de vendas e criação de emprego temporário, até à forma como as empresas planeiam stocks e campanhas publicitárias. Ao mesmo tempo, revela mudanças nos hábitos de consumo e na relação das pessoas com o dinheiro, num contexto mais marcado pela evolução tecnológica e pela globalização dos mercados.

Mudanças no comportamento do consumidor e impacto empresarial

Segundo a XTB Research, o consumidor global está mais cauteloso. Nos EUA e na Polónia, por exemplo, a Black Friday já não garante vendas recorde. As pessoas tendem a escolher produtos mais baratos e as principais empresas de retalho, como Walmart, Target, Amazon ou Alibaba, sentem uma grande diferença. Mesmo assim, o impacto financeiro é enorme, mexendo tanto com as ações das empresas como com a forma como as mercadorias chegam às lojas e aos consumidores.
Portugal contrasta com esta tendência internacional. Enquanto parte da Europa revela uma procura mais fraca, Portugal mantém-se como um dos países com maior dinamismo no comércio digital, destacando-se pelo crescimento contínuo das transações e pela forte adesão às promoções de novembro. A ACEPI revela que mais de metade dos portugueses planeia fazer compras na Black Friday e que uma boa parte prefere comprar online. Plataformas de pagamento digital, como a Ifthenpay, regista crescimento todos os anos.

Crescimento do digital e pressão logística global

A logística global também sente o impacto. Milhões de encomendas atravessam as fronteiras, navios e aviões multiplicam os transportes e as transportadoras organizam-se para que tudo chegue a tempo. Na Ásia, a China influencia diretamente o stock disponível nas lojas, enquanto na América Latina, países como o Brasil aproveitam a Black Friday para impulsionar o comércio online e aumentar as suas receitas.
No fundo, a Black Friday já não é só um dia de descontos, é um fenómeno que revela as tendências globais, mostra a cautela dos consumidores e destaca a importância do comércio digital e da logística internacional no funcionamento da economia global. 


Fontes: XTB, BCE, Expresso, Idealista, ACEPI

Donald J. Trump

Sahib Kaler

Personalidade de relevância

Donald J. Trump

Donald J. Trump, 47.º Presidente dos Estados Unidos, é não só um líder republicano, mas também um empresário (património líquido estimado pela Forbes em cerca de 7,3 mil milhões de dólares) e uma figura mediática. Em 2025, as suas decisões sobretudo sobre tarifas tornaram-no um dos atores mais importantes para a economia global. Como os Estados Unidos continuam a ser a potência económica e militar dominante, decisões tomadas em Washington provocam ondas de choque nos mercados financeiros, nos fluxos de comércio e no mercado cambial a nível mundial.

Implementação de tarifas: "Dia da libertação"

A 2 de abril de 2025, o Presidente Donald J. Trump declarou uma emergência nacional em torno do défice comercial e anunciou “tarifas recíprocas”, incluindo uma tarifa base de 10% sobre a maioria das importações para os EUA.
A implementação começou rapidamente, com medidas a entrarem em vigor a 5 de abril, com novos desenvolvimentos ao longo da primavera. A China respondeu com as suas próprias tarifas sobre produtos americanos (início de uma nova fase da guerra comercial). Estas decisões desencadearam um período de incerteza; a escalada de tensões entre os dois países levou as bolsas globais a caírem e aumentou a procura por ativos de refúgio, como o ouro.

Os mercados reagiram muito negativamente à decisão de implementar tarifas. Principais índices mundiais: • S&P 500 (EUA): −21,35% • FTSE (Reino Unido): −15,31% • Hang Seng 100 (Hong Kong): −22,57% • Euro Stoxx (Zona Euro): −20,29% • Nikkei 225 (Japão): −23,55%
Este choque partiu de uma única decisão do presidente mais relevante da economia atual. Nos EUA, as importações foram antecipadas em março (para fugir às novas tarifas) e depois abrandaram quando as tarifas entraram em vigor. As importações de bens caíram cerca de −16% em abril. Com a implementação, os Estados Unidos arrecadaram mais de 700 mil milhões de dólares em receitas tarifárias até 6 de setembro de 2025 (dados citados do Global Trade Alert).

Dólar, Dívida e a Rotação para “Ativos Refúgio”

Um segundo tema de 2025 é a relação entre a dívida pública dos EUA (>38 biliões de dólares, ~126% do PIB), as preferências de política para o dólar e o comportamento dos investidores. Um dólar mais fraco pode, em teoria, melhorar as exportações líquidas e reduzir o peso real da dívida denominada em dólares.

Trump afirmou repetidamente que a Reserva Federal deveria cortar as taxas de juro para aliviar tensões sobre a dívida. Esta combinação de sinais aumentou a procura por ativos de refúgio, como o ouro, dada a incerteza sobre o futuro do dólar.

Na tomada de posse de Trump, o ouro estava perto de 2 700 $/onça; a 20 de outubro chegou a um máximo recente de ~4 381 $/onça, uma subida de quase 60% desde a tomada de posse, superando até o S&P 500 no mesmo período

Tweets Ousados

Trump é também conhecido pelos tweets ousados, que dominam as manchetes. Exemplo recente: 10 de outubro de 2025, quando anunciou tarifas de 100% sobre a China, acima do que já era cobrado; mais tarde, EUA e China chegaram a um acordo. Mesmo assim, é arrojado um Presidente divulgar informação sensível numa plataforma social. Perante a notícia negativa para as ações, o S&P 500 caiu −3,13% num só dia e a Bitcoin (criptomoeda descentralizada) −10,52%

Conclusão

Em 2025, Donald Trump tornou-se a figura mais impactante da política económica global. As suas decisões criaram volatilidade extraordinária nos mercados internacionais, afetando triliões de dólares em valor de ativos e reformulando fundamentalmente relações comerciais que levaram décadas a construir.

A crise do subprime: uma análise histórica e lições para o investidor moderno

André Abreu

Análise Histórica

O início do desastre: o mercado imobiliário como bomba-relógio

A crise do subprime de 2007–2008 tornou-se o maior choque financeiro desde a Grande Depressão e expôs fragilidades profundas no sistema financeiro global. Originada no mercado imobiliário norte-americano, transformou-se rapidamente numa crise sistémica, com efeitos duradouros na economia mundial e na forma como hoje avaliamos risco e investimento. Nos anos anteriores à crise, os EUA viveram um forte crescimento do crédito imobiliário, impulsionado por taxas de juro baixas e por políticas que facilitavam o acesso à habitação. Os Bancos, acreditando que as casas serviriam de garantia, expandiram o crédito a clientes com fraco histórico de pagamento — os empréstimos subprime — confiando que a valorização contínua dos imóveis reduziria o risco. A securitização (transformar milhares de empréstimos em títulos negociáveis no mercado financeiro) destes créditos originou instrumentos como MBS e CDO, vendidos globalmente a investidores que confiavam nas classificações elevadas atribuídas pelas agências de rating. O aumento constante da procura alimentou uma bolha imobiliária, enquanto a desregulação permitiu níveis elevados de alavancagem.

A bolha imobiliária e a ilusão do risco controlado

Nos anos anteriores à crise, os EUA viveram um forte crescimento do crédito imobiliário, impulsionado por taxas de juro baixas e por políticas que facilitavam o acesso à habitação. Os Bancos, acreditando que as casas serviriam de garantia, expandiram o crédito a clientes com fraco histórico de pagamento — os empréstimos subprime — confiando que a valorização contínua dos imóveis reduziria o risco.

A securitização (transformar milhares de empréstimos em títulos negociáveis no mercado financeiro) destes créditos originou instrumentos como MBS e CDO, vendidos globalmente a investidores que confiavam nas classificações elevadas atribuídas pelas agências de rating. O aumento constante da procura alimentou uma bolha imobiliária, enquanto a desregulação permitiu níveis elevados de alavancagem.

O estouro: incumprimentos, queda das casas e o colapso Lehman

Como a economia é cíclica, esta “festa” dos juros baixos acabou quando a inflação começou a subir e o sistema começou a desmoronar quando a Fed (Reserva Federal dos EUA) subiu as taxas de juro a partir de 2006. A contribuir, junta-se o facto de muitas hipotecas subprime terem taxas variáveis, que começavam mais baixas e depois de alguns anos, subiam muito. Assim, com as prestações a aumentar e a inflação, os incumprimentos das hipotecas dispararam e os preços das casas caíram.

Ora, como as casas começaram a valer menos do que as respetivas hipotecas, muitas pessoas optaram por entregar as chaves de casa ao banco e desistir da hipoteca. O resultado: com tantas casas à venda, os bancos ficaram com milhares e milhares de casas completamente desvalorizadas e os ativos associados às hipotecas perderam valor.

As instituições (nomeadamente, bancos americanos, investidores singulares e até bancos europeus!) que investiram nestes produtos enganosos enfrentaram perdas massivas. No meio destas, destaca-se o colapso do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, que desencadeou pânico nos mercados, congelou o crédito (pois os bancos param de emprestar dinheiro uns aos outros, por não saberem quem vai falir a seguir) e revelou a extensão global da interconexão financeira.

Este cenário culminou numa recessão mundial, com forte queda das bolsas, aumento do desemprego (visto que os bancos já não tinham dinheiro e, então, as empresas sem crédito faliram ou precisaram de despedir) e perda de milhões de habitações.

A resposta governamental incluiu programas de resgate como o TARP, políticas de quantitative easing e novas regulações (Dodd–Frank, Basel III). Estas medidas estabilizaram o sistema, mas também transformaram a forma como investidores e reguladores encaram o risco.

A resposta dos governos e dos reguladores

Como se aprende mais nos dias de derrota do que nos dias de glória, é possível extrair lições fundamentais deste desastre. A primeira é o perigo da alavancagem excessiva, que amplifica perdas e fragiliza instituições e portefólios. A segunda é que devemos diversificar o nosso portefólio e não apostar todas as fichas no mesmo produto, como fizeram estes bancos.

As lições-chave para o investidor moderno

A terceira é a necessidade de análise independente, sem confiança cega nas agências de rating, pois estas esconderam o real risco dos MBS’s e dos CDO’s devido a conflitos de interesse (estas agências eram muito financiadas por estes bancos que faziam as hipotecas arriscadas) e a uma má análise pura, em que não foi considerado que o preço das casas pudesse parar de subir. Por fim, a crise mostrou a importância da liquidez e da disciplina emocional: os investidores que foram forçados a vender na queda e não tinham liquidez nem uma reserva de emergência sofreram perdas irreversíveis e enfrentaram dificuldades financeiras significativas, assim como aqueles que tentaram adivinhar o timing do mercado ao máximo e acertar no dia do pico, não controlando a ganância.

Em suma, a crise do subprime permanece como um dos episódios mais instrutivos da história recente. Para os investidores, lembra que os mercados podem parecer estáveis até ao momento em que deixam de o ser, e que compreender o risco de forma independente e consciente é tão crucial quanto procurar rendimento.


Fontes: Wikipedia, Federal Reserve, Mais Retorno

Estamos numa bolha?

Tiago Costa

Texto opinião 

A pergunta inevitável: estamos numa bolha?

Com a subida constante dos mercados a pergunta que se coloca é: “Estaremos numa bolha?”. Essa pergunta ganha mais força quando Michael Burry, o investidor que previu o Crash de 2008, volta a apostar o seu dinheiro numa reação negativa do mercado.

É inegável que os mercados se encontram em níveis historicamente elevados, com uma série de rácios a representarem este território de sobrevalorização. A figura 1 com o Price to Earnings ratio representa precisamente o ponto em que nos encontramos: historicamente caros.

Mercados historicamente caros: o alerta do P/E

Ainda assim é importante analisar a figura 2 onde podemos ver o gráfico forward PE que utiliza as estimativas de lucros dos analistas (representando o potencial da IA nos lucros destas empresas), o que coloca o mercado em territórios elevados mas com uma perspetiva muito menos preocupante. 

Estaremos numa bolha?

A inteligência artificial tem o potencial de revolucionar a economia mundial e não há duvida do impacto que pode ter no índices de produtividade. Este impacto será sentido nos lucros das empresas que liderarem esta corrida e este facto está precificado no mercado. Analisando o PE dos setores no índice SP500 (figura 3) podemos confirmar este fenómeno com o setor tecnológico a liderar a tabela por larga margem.

Com toda esta informação eu estive em condições de acreditar veemente que não estávamos/estamos numa bolha, ainda que assumindo boas probabilidades de uma correção devido à grande valorização dos mercados até à data.

As acusações de Burry e o dia 25 de novembro

O verdadeiro dilema surge quando Michael Burry acusa as tecnológicas de fraude contabilística e, consequentemente, de manipulação de lucros. No caso de ser verdade a formulação de expectativas dos agentes económicos estará completamente errada e abre espaço para qualquer tipo de cenário. Michael Burry prometeu novidades no dia 25 de novembro e é por esse dia que aguardo expectante para perceber os fundamentos desta acusação.
Até lá sigo confiante no presente e futuro destas empresas.


Fontes: MacroMicro, World PE Ratio

The Big Short

Rodrigo Martins

Sugestão cultural

Um must-watch do cinema financeiro

Este filme é um clássico do cinema financeiro, lançado em 2015 tem um elenco recheado de estrelas: Christian Bale, Ryan Gosling, Brad Pitt, Steve Carell, Jeremy Strong, e ainda com aparições de Margot Robbie e Selena Gomez.

Além do elenco e da excelente entrega dos atores, o filme retrata de uma forma bastante dinâmica a história real de Michael Burry, e outros investidores, que identificaram muito antes do resto do mercado que o setor imobiliário norte-americano escondia fragilidades e que estava prestes a ruir.

Para quem se interessa por investimentos, é um filme obrigatório. Explica de que forma o sistema financeiro estava montado para falhar. Os incentivos que empurraram bancos para decisões perigosas, dívida usada de forma exagerada e agências de rating que validaram produtos da maneira que melhor lhes convinha, geraram a maior crise dos tempos modernos.

Contudo, o filme ganha um novo significado com as recentes apostas de Michael Burry, o principal investidor que o filme retrata, o que levanta a pergunta essencial: o que é que ele vê que o resto do mercado insiste em ignorar?

Tipos de contrato de trabalho

Verónica Oliveira

Dica do mês



Conhecer os tipos de contratos que podem existir no mercado de trabalho é um passo essencial para começar a construir a sua estabilidade e futuro profissional e financeiro.

Contrato de trabalho a termo certo:

Um contrato a termo certo é utilizado para responder às necessidades temporárias de uma empresa, tendo uma data de início e fim definidos e não podendo ser superior a 2 anos. Pode ser utilizado em situações como substituição de um trabalhador ausente ou temporariamente impedido de trabalhar; atividade sazonal ou aumento excecional de atividades da empresa.

Contrato de trabalho a termo incerto:

No contrato a termo incerto observa-se a ausência de uma data certa para o seu fim, ou seja, este contrato é utilizado, por exemplo, quando a empresa não consegue estipular um prazo para o final de um projeto ou a ocorrência de algum evento em particular. Assim, este tipo de contrato tem a duração máxima de 4 anos, e no final do término do contrato, o trabalhador tem direito a receber uma compensação.

Contrato de trabalho sem termo:

O contrato de trabalho sem termo, ou por tempo indeterminado, não tem uma duração fixa e permanece em vigor sem um prazo estabelecido, oferecendo uma maior segurança para o trabalhador. Desta forma, este contrato não pode ser utilizado para fazer face a uma necessidade temporária da entidade.

Contrato de trabalho de curta duração:

Os contratos de trabalho de curta duração são utilizados para fazer face a um acréscimo excecional de trabalho, como por exemplo a atividade sazonal no setor agrícola ou do turismo. Deste modo, estes contratos não podem ser superiores a 35 dias e não podem exceder 70 dias de trabalho num ano civil, e a entidade deve comunicar este vínculo laboral à Segurança Social.

Contrato de trabalho temporário:

Este tipo de contrato verifica-se quando uma empresa de trabalho temporário contrata um trabalhador, mas o coloca a desempenhar funções em outra entidade. Apesar de estar a trabalhar em outra empresa, o seu vínculo laboral é com a empresa de trabalho temporário, a quem cabe a remuneração do trabalhador.

Contrato de prestação de serviços (Recibos Verdes):

Este contrato é utilizado por trabalhadores independentes que prestam serviços a diferentes clientes, sem qualquer vínculo laboral. Neste caso, são os prestadores dos serviços que têm o dever de assegurar um conjunto de obrigações fiscais.

Contrato de Estágio:

Este contrato tem como principal objetivo proporcionar formação profissional num contexto laboral. Deste modo, este tipo de contrato deve formalizar os termos do estágio, os direitos e deveres do estagiário e da entidade empregadora. Assim, existem vários tipos de estágios, tais como: - Estágio Curricular - Estágio Profissional - Estágio Extracurricular - Estágio Internacional Em suma, compreender os tipos de contrato de trabalho é uma forma de conseguir transformar decisões laborais em escolhas conscientes, interferindo com os valores e objetivos pessoais e garantindo estabilidade financeira, impactando diretamente no presente e futuro de um trabalhador.


Fonte: Caixa Geral de Depósitos, SA; Portal de serviços públicos da República Portuguesa

A produção egípcia de energia solar e o seu desenvolvimento no deserto

Lucas Lima

Análise do setor do país

A crise energética do Egito: dependência do gás e apagões

Cerca de 75% da eletricidade consumida no Egito provém do gás natural, mas com a queda da produção interna (principal campo de gás Zohr em declínio), nos últimos anos, o país tornou-se dependente das importações e o aumento dos preços do gás, por causa de conflitos externos (em especial a invasão russa à Ucrânia), mergulhou o país numa série de apagões.

A expansão da energia solar: Benban e Obelisk

Em 2019, no famoso antigo país dos faraós, foi finalizada, na íntegra, a construção da maior central solar fotovoltaica da África chamada Benban Solar Park, num investimento total na ordem dos 825 milhões de euros.

Atualmente, a primeira central híbrida de energia solar e baterias em grande escala, denominada Obelisk, começou a ser construída em Nagaa Hammadi, num investimento total de 500 milhões de euros e deve entrar em operação já no primeiro semestre de 2026.

Potencial elevado, barreiras económicas e metas futuras

Os projetos renováveis estão a tornar-se cada vez mais atraentes para as economias emergentes, como a do Egito, que tendem a ser mais afetadas pelo aumento dos preços dos combustíveis. Mas, apesar da abundância de terras muito favoráveis e atrativas para a energia fotovoltaica, as dificuldades econômicas do país, onde se inclui a desvalorização significativa da líria egípcia e a elevada taxa de inflação anual (acima dos 10% desde 2022), afastam o investimento estrangeiro e resultam numa tarifa de rede1 artificialmente baixa e fortemente subsidiada.

A quota de produção de energia renovável deste país, em 2023, cifrava-se nos 13% e o objetivo, assumido publicamente pelo governo, é atingir os 42%, em 2030.

Fontes: CNN, Acetech, Portal Energia, Monitor do Oriente

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