Personalidade de relevância
Greta Thunberg surge como um dos nomes mais conhecidos nos dias de hoje. Nasceu em Estocolmo, na Suécia, a 3 de janeiro de 2003, demonstrando desde cedo uma grande preocupação com o bem-estar ambiental. Na sua adolescência, acabou por ser diagnosticada com Síndrome de Asperger, sendo este visto como uma mais valia para a jovem ativista.
Deste modo, a observar que o governo sueco não cumpriu com os objetivos impostos no Acordo de Paris, revoltou-se. Como tal, em agosto de 2018, com apenas 15 anos, começou a faltar à escola todas as sextas-feiras para ficar sentada em silêncio em frente ao Parlamento de Estocolmo enquanto segurava um cartaz feito à mão escrito "Skolstrejk för klimatet" ("Greve escolar pelo clima").
Segundo a ativista, "As crises climática e ecológica nunca foram tratadas como crises, e isso tem de mudar" (Entrevista para o Jornal Expresso). Este ato inspirador mobilizou milhares de jovens de diferentes países a fazer o mesmo, participando em greves e manifestações ambientais, dando origem ao movimento Fridays for Future.
Com a sua crucial preocupação pela mudança global, discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, onde criticou diversos líderes mundiais por falharem na sua responsabilidade de proteger o planeta e preservar os seus recursos para as futuras gerações. Assim, dada a sua forte determinação, Greta é alvo de várias críticas e ataques pessoais, com o intuito de desvalorizar a sua idade ou os seus valores. Desta forma, a sua luta foi reconhecida com vários prémios internacionais. Em 2019, por exemplo, foi eleita “Pessoa do Ano” pela revista TIME, sendo a mais jovem a receber essa distinção. No mesmo ano, foi indicada pela primeira vez ao Prémio Nobel da Paz. Do mesmo modo, Greta destaca-se também como autora de alguns livros, como, em título de exemplo, “The Climate Book“. Por fim, a ativista permanece a lutar pelo bem-estar da humanidade. Em junho de 2025 juntou-se a uma missão humanitária para levar ajuda à população da Faixa de Gaza, vítima da guerra.
Fontes: RTP Ensina, Expresso
Artigo de opinião
Segundo o artigo 37º da Constituição da República Portuguesa, a liberdade de expressão é um direito fundamental que permite que todos os cidadãos possam exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra ou por qualquer outro meio, sem impedimentos ou discriminações por qualquer tipo ou forma de censura.
No entanto, à medida que as redes sociais se expandem, surge a necessidade de refletir: este direito deve prevalecer sempre? A resposta é simples: não. Não é um direito absoluto e deveria ser harmonizado com a necessidade de combater discursos de ódio, incitações à violência e à disseminação deliberada de desinformação.
A ausência de moderação em relação aos conteúdos publicados nas plataformas digitais tem facilitado a propagação em massa de fake news, que representam uma ameaça direta à democracia, à coesão social e à confiança nas instituições.
As plataformas que gerem as redes sociais habituaram-se a operar sem qualquer responsabilização direta ou indireta por tal: por exemplo, recordam-se do desafio da Baleia Azul? Mais de 100 jovens a nível mundial se suicidaram, 1 deles em Portugal. O que impede que algo do género não volte a acontecer? Paralelamente, também vivemos numa realidade onde já é usual encontramos fake news, algumas até propagadas por meios de comunicação social considerados credíveis muitas vezes ligadas ao ultra sensacionalismo (vale tudo por clicks), vemos pessoas a serem insultadas e ameaçadas, inclusive de morte, por partilharem uma opinião controversa na internet.
Com isto, num campo tão complexo como o digital, surge a necessidade urgente da intervenção governamental através da legislação, que no meu entender, se devem basear em 3 medidas essenciais:
- ser obrigatório scanear um documento de identificação para criar conta em qualquer rede social;
- permitir a utilização das redes sociais a partir apenas de uma certa idade;
- pressionar as plataformas a serem mais transparentes em relação aos seus algoritmos;
Assim, a legislação digital deixa de ser apenas uma formalidade: torna-se um instrumento essencial para proteger cidadãos, garantir a responsabilidade das plataformas e preservar a internet como espaço de liberdade e conexão responsável.
Fontes: Amnistia
Curiosidade
Estamos habituados a ver ações no mercado a ser negociadas a 100 ou 200 dólares, mas já pensaste qual é o valor da ação mais cara do mundo? A Berkshire Hathaway é negociada a cerca de 750 mil dólares e é, atualmente, a ação mais cara do mundo. Este preço deve-se principalmente à recusa de Warren Buffett (provavelmente o melhor investidor de todos os tempos) em fazer stock splits: Exemplo de Stock Split: Se uma ação custa 1.000 dólares, a empresa pode dividi-la em 10 ações de 100 dólares para torná-la mais acessível a investidores de retalho. Esta recusa não é por acaso… O preço da ação foi mantido propositadamente alto para afastar especuladores de curto prazo e atrair apenas investidores de longo prazo, verdadeiramente interessados na qualidade do negócio. Curiosamente, este preço elevado já causou transtornos nos sistemas da bolsa, que tiveram de ser atualizados para processar valores tão altos
Análise histórica
Em termos económicos, uma Bubble forma-se quando os preços dos ativos excedem muito o valor subjacente do ativo, também conhecido como o Valor Intrínseco. Esta inflação de preços é tipicamente impulsionada por um comportamento exuberante dos investidores e por expectativas demasiado otimistas de crescimento, em que um investidor exagera em demasia o futuro de um ativo e, quando descontado para o valor presente, isso leva-nos a valorizações exageradas, tornando os investidores mais propensos a investir num futuro distante coberto por nevoeiro. Para alguns, o termo Bubble pode referir-se aos mercados muito valorizados dos dias de hoje ou à Bubble DOTCOM dos anos 2000, a recessão global, mas o fenómeno de Bubble não é algo muito novo; na verdade, o próprio termo “Bubble” teve origem por volta da South Sea Bubble em 1720, uma famosa febre bolsista na Grã-Bretanha, e sim, a South Sea Company foi a empresa onde até Sir Issac Newton investiu o seu dinheiro, e semelhante a todas estas Bubbles houve uma Bubble ligada ao núcleo da revolução industrial, “A Railway Bubble”.
A Railway Mania da década de 1840 não surgiu de um dia para o outro; as suas raízes estavam nas décadas anteriores. A primeira linha ferroviária de passageiros, a linha Liverpool and Manchester inaugurada em 1830, foi um grande sucesso; muito mais pessoas viajaram de comboio do que alguma vez tinham usado a antiga rota de diligência, e a ferrovia pagou também dividendos generosos aos seus investidores. Este aumento inicial demonstrou que o transporte ferroviário podia ser uma “máquina de fazer dinheiro”, alimentando o entusiasmo público por mais projetos ferroviários. No entanto, uma desaceleração económica no final da década de 1830 mudou temporariamente o interesse dos investidores para obrigações do governo, à medida que as taxas de juro subiram. Mas, a meio da década de 1840, as condições mudaram drasticamente a favor do investimento ferroviário. A economia recuperou, e o Banco de Inglaterra cortou as taxas de juro, tornando as obrigações menos atrativas e disponibilizando mais crédito. Também em 1825 o governo tinha revogado a centenária Bubble Act; com esses limites desaparecidos, qualquer pessoa podia agora formar uma empresa ferroviária ou comprar as suas ações, expandindo bastante o conjunto de investidores. Mais tarde foi introduzido um esquema de crédito fácil, o que significava que mesmo investidores de rendimento modesto podiam comprar com margem.
Entretanto, o boom das ferrovias espalhou-se pelos jornais e revistas, aumentando o entusiasmo do investimento ferroviário. Em 1845, dezenas de jornais ferroviários estavam em circulação e os anúncios de novas linhas entupiam as páginas. Em suma, taxas de juro baixas, novo acesso a capital e promoção agressiva criaram o terreno perfeito para um boom ferroviário especulativo.
Ao presenciarem esta oportunidade, os investidores apressaram-se a comprar ações ferroviárias; parecia-lhes que não havia melhor oportunidade do que esta; toda a gente queria uma parte da ação; figuras como Charles Darwin, Charles Babbage, John Stuart Mill e as irmãs Brontë foram apanhadas pela especulação em ações ferroviárias. Os preços das ações das companhias ferroviárias dispararam à medida que novos compradores se juntavam. De facto, o número de títulos ferroviários cotados na Bolsa de Londres e os seus preços de mercado quase triplicaram apenas entre 1843 e 1845. Segundo uma estimativa, um índice de ações ferroviárias duplicou de 1844 a 1846 no seu pico mais alto. De facto, comprar uma ação de uma empresa ferroviária era considerado o melhor investimento por investidores e pessoas comuns e, para satisfazer a procura esmagadora, centenas de novos esquemas ferroviários foram anunciados, alguns deles extremamente impraticáveis ou até fraudulentos, apostando que a “iron road” em breve ligaria todos os cantos do reino.
Depois veio o gatilho: em 16 de outubro de 1845, o Banco de Inglaterra, alarmado com o excesso especulativo, aumentou as taxas de juro para travar o boom. O aperto do crédito revelou-se fatal para a railway bubble. À medida que os custos de empréstimo subiram e o dinheiro fácil secou, as pessoas já não conseguiam suportar novas compras de ações. A confiança no crescimento infinito dos lucros ferroviários foi abalada, e a corrida para investir transformou-se numa corrida para vender.
A Bubble rebentou com uma velocidade devastadora durante 1846–1847. Os preços das ações ferroviárias entraram em queda livre à medida que a realidade apanhava o entusiasmo. Os investidores perceberam gradualmente que muitas linhas propostas nunca seriam tão rentáveis como prometido – algumas rotas estavam mal planeadas em terreno difícil, outras enfrentaram custos de construção inesperadamente elevados ou tráfego esperado baixo. Do pico de 1846 até 1850, o preço médio das ações ferroviárias caiu cerca de 50%.
O rebentar da Bubble causou caos tanto no mercado como na vida diária das pessoas comuns, mas não foi culpa das ferrovias; a ideia de ferrovia era fascinante e, mesmo depois de 185 anos, a ferrovia ainda existe, com um mercado projetado para atingir $400B até 2030 com um CAGR de ~5,5%; mesmo com uma grande indústria como as ferrovias, os investidores perderam o seu dinheiro porque exageraram a ideia das ferrovias, o futuro das ferrovias e o seu retorno; os investidores investiram cegamente no futuro sem conhecerem muito bem o presente, ainda pior porque alguns recorreram a alavancagem para apostar nestes mercados. E para satisfazer a procura crescente de ações ferroviárias, foram introduzidos novos esquemas em que alguns eram extremamente impraticáveis ou até fraudulentos.
Outro grande exemplo é a Bubble DOTCOM, semelhante à railway bubble; os investidores estavam demasiado entusiasmados e exageraram em demasia com a era da tecnologia e da internet, ao ponto de investirem em empresas de forma tão cega que a empresa só precisava de ter “COM” no fim do seu nome para os investidores colocarem as poupanças de toda uma vida.
Não é que tudo aquilo de que uma Bubble é feita seja mau; na verdade, as empresas tecnológicas são as empresas com melhor desempenho das últimas duas décadas, mas numa Bubble o investidor ignora o tempo que vai demorar para que os seus investimentos sejam medidos e, o mais importante, a compreensão do próprio negócio.
Dica do mês
Quando o relógio bate a meia-noite e o novo ano começa, fala-se sobre as resoluções e os objetivos que cada um tem para o novo ano que se avizinha, e nesse sentido falo de 4 dicas para começar o ano de forma organizada a nível financeiro para um estudante universitário.
1. Cancelar subscrições esquecidas - serviços de streaming, armazenamento na nuvem ou apps premium que já quase não usas parecem inofensivos, mas no fim do mês fazem mossa no orçamento. A regra simples é manter apenas o essencial: um serviço de música, um de filmes e séries e um de nuvem costuma chegar. Sempre que possível, aproveita planos e descontos para estudantes, pagas menos e continuas a ter acesso ao que realmente usas e até, em alguns casos, alguns extras.
2. Organizar refeições e lanches no início de cada semana – um hábito simples pode reduzir gastos invisíveis e por impulso, como snacks caros entre aulas ou mandar vir comida apenas por falta de alternativa. Trazer lanches de casa ou ter refeições simples preparadas garante opções quando há pouco tempo ou pouca vontade de cozinhar. Comer fora continua a fazer sentido quando é uma escolha, não uma necessidade por falta de alternativa.
3. Criar um teto mensal para saídas e vida social - a experiência universitária vai muito além das aulas, e a componente social é uma parte importante desse percurso. Definir um valor mensal para convívios, jantares ou saídas ajuda a aproveitar sem exageros e evita gastar demasiado numa única noite. Quando o limite está definido, é mais fácil divertir-se sem stress ao longo do mês.
4. Separar dinheiro assim que entra - pode parecer inútil se não recebes uma mesada grande, ou até se nem tens mesada, mas criar o hábito de pôr de lado alguns euros faz diferença. Se tiveres consistência nesse hábito, pequenos valores irão ajudar a criar uma margem para imprevistos e evitarão problemas quando algo foge ao planeado.
Começar o ano financeiramente organizado não significa cortar tudo nem viver numa restrição constante. Significa ganhar controlo, criar hábitos simples e fazer escolhas mais conscientes ao longo do ano. São esses pequenos ajustes no início que podem fazer uma grande diferença até ao próximo Ano Novo.
Sugestão Cultural
Se procuras uma série intensa e atual sobre o universo competitivo das finanças, Industry é uma excelente escolha. A narrativa acompanha um grupo de jovens graduados que tentam assegurar um lugar permanente num dos maiores bancos de investimento de Londres, enfrentando um ambiente onde o mérito, a pressão e a ambição se cruzam diariamente. A série destaca a realidade crua do início de carreira no setor financeiro: jornadas intermináveis, decisões de alto risco e uma constante luta por reconhecimento. Entre relações complexas, dilemas éticos e a corrida por resultados, Industry expõe o lado menos positivo (mas profundamente fascinante) dos mercados financeiros modernos. Além do drama e do ritmo frenético, Industry é particularmente enriquecedor pois oferece uma visão imersiva sobre a dinâmica interna dos mercados, a tomada de decisão sob pressão e os incentivos que moldam o comportamento dos profissionais financeiros. Ao acompanhar os protagonistas, o público ganha uma percepção mais realista dos desafios e da complexidade do setor, enriquecendo a sua literacia financeira e aprofundando a compreensão sobre o que realmente acontece por detrás das operações que movem o mundo do investimento. Com um ritmo acelerado e personagens cheias de nuances, a série levanta questões sobre até onde cada um está disposto a ir para vencer. Vale a pena descobrir quem consegue resistir e quem se perde pelo caminho.
Análise de Setor de país
Durante décadas, a indústria da moda foi construída sobre o excesso: produção acelerada, consumo impulsivo e descarte quase imediato. No entanto, a pandemia veio abalar este modelo e, com ela, surgiu uma mudança silenciosa mas profunda nos hábitos de marcas e consumidores. Entre novas rotinas e um maior tempo de reflexão, o destino final das roupas passou a ser uma preocupação real. É neste cenário que o upcycling ganha destaque. O upcycling consiste em transformar peças ou materiais descartados em novos produtos com maior valor, sem recorrer a processos industriais agressivos. Ao contrário da reciclagem tradicional, esta prática não degrada o material original, reinventa-o. Grandes grupos internacionais como a Levi’s, a BÉHEN e o Grupo L’Oréal já investem fortemente nesta abordagem, integrando o reaproveitamento criativo nas suas estratégias de sustentabilidade. Mas não são apenas as grandes marcas a liderar esta mudança. Alguns países estão a dar passos significativos e a Irlanda é um dos exemplos mais inspiradores.
Os bons hábitos de sustentabilidade não são novidade na Irlanda. Desde o final dos anos 1990 que o país tem vindo a aumentar consistentemente as suas taxas de reciclagem, impulsionado tanto por políticas públicas como por uma forte consciência ambiental da população. Em 2008, a Irlanda destacou-se como o país europeu com a maior taxa de reciclagem de resíduos eletrónicos, segundo dados da Environmental Protection Agency (EPA) britânica. Mais recentemente, esse compromisso estendeu-se ao setor têxtil. Um estudo realizado pela empresa de energia SaveOnEnergy revelou que a Irlanda ocupa o primeiro lugar entre os países europeus com maior interesse na reciclagem de roupas e acessórios. Os dados baseiam-se no volume de pesquisas online relacionadas com o tema, refletindo um comportamento ativo e consciente por parte dos consumidores.
Só num único mês, cerca de 12.670 pessoas na Irlanda pesquisaram no Google informações sobre reciclagem de vestuário, um número significativo para um país com uma população relativamente pequena. Este dado confirma que o interesse pelo reaproveitamento e pelo descarte responsável não é apenas uma tendência momentânea, mas sim uma prática em crescimento. Embora países como a Alemanha e os Países Baixos também apresentem números relevantes, a Irlanda lidera este movimento, destacando-se pelo envolvimento ativo da população. Em vez de simplesmente substituir o antigo pelo novo, os consumidores irlandeses procuram prolongar a vida útil das peças que já possuem, seja através da doação, da transformação criativa ou do descarte correto. Esta mudança de comportamento é particularmente relevante num contexto europeu marcado pela queima e pelo descarte massivo de resíduos têxteis. Enquanto alguns países enfrentam números alarmantes, a Irlanda surge como um contraponto positivo, mostrando que é possível alinhar consumo, criatividade e responsabilidade ambiental.
O estudo da SaveOnEnergy identificou também os itens mais frequentemente descartados pelos consumidores europeus. No topo da lista surgem t-shirts, calças de ganga, calçado, roupa interior e casacos. Curiosamente, as calças de ganga e os sapatos são também os artigos mais reciclados, o que demonstra um esforço crescente para reaproveitar peças de uso intensivo. No caso irlandês, esta preocupação traduz-se não apenas na reciclagem, mas também numa abertura crescente ao upcycling, seja através de pequenas marcas independentes, iniciativas locais ou escolhas mais conscientes no momento da compra. Reutilizar e transformar roupas antigas não traz benefícios apenas para o planeta. Segundo a empresa Delta Global, prolongar a vida útil das peças permite uma redução significativa de custos e contribui para o bem-estar emocional dos consumidores. Organizar o armário, dar um novo significado ao que já existe e consumir com intenção são gestos simples que geram impacto real. Num mundo cada vez mais inconsciente dos seus excessos, a Irlanda mostra que a sustentabilidade pode ser prática, acessível e inspiradora.